terça-feira, 22 de novembro de 2011

Análise de Redes Sociais no diagnóstico das relações no contexto das organizações

A comunicação no contexto das organizações se efetiva na relação estabelecida entre os membros da organização e destes com redes externas. Nessa perspectiva, não basta conhecer o público, é preciso saber como ele se relaciona. 
Para reconhecer a comunicação a partir dos vínculos diretos e indiretos, propõe-se mapear a rede de relações resultante das trocas informacionais, feitas de forma presencial ou mediada por uma pessoa, ou por meios como o telefone, e-mail ou documentos. Ao analisar a comunicação por esta perspectiva, a Análise de Redes Sociais (ARS) possibilita identificar, dentre outras, as pessoas que retêm a informação, as mais influentes e centrais, bem como as mais periféricas e isoladas do grupo.

Assim, é possível detectar relações de cooperação e conflito, bem como avaliar as competências e o poder de cada membro da organização, a influência da hierarquia e de interesses individuais, as interações dentro dos setores e transetoriais. No âmbito das redes externas, cabe considerar, por exemplo, o atendimento, a captação de informações que possibilitem adequar a organização às demandas e as relações estabelecidas com outras organizações.

A população da rede a ser analisada pode ser delimitada a partir das relações mantidas por uma pessoa, ou dentro de um grupo com perfil específico e também mediante citações em cadeia. Os dados relacionais, obtidos com questionários que podem mesclar questões fechadas e abertas, são facilmente sistematizados por programas como o UCINET 6.0 for Windows. Utilizando o número um para identificar existência de relacionamento entre dois membros do grupo e o zero para a inexistência de relacionamento, os dados são lançados no programa em forma de matriz binária. A partir desses dados, ele fornece métricas relativas à estrutura do grupo e à posição e influência de cada ator na troca de informações, além de gerar a representação gráfica da rede. 

A análise de rede identifica os membros pelos quais passam os fluxos mais intensos, os que mais intermedeiam contatos ou aqueles cujo potencial pode ser mais bem explorado, além das conexões diretas e indiretas, o grau de reciprocidade e a interação dentro e entre os subgrupos. De forma análoga, também é possível identificar aqueles que dificultam o processo comunicacional.

A importância de um ator no acesso e disseminação da informação é revelada pelo volume e o tipo de ligações que possui, a posição que ocupa e a direção e intensidade do fluxo da informação. Um indivíduo é central em uma rede quando pode comunicar-se diretamente com muitos outros, está próximo de muitos atores ou, ainda, quando intermedeia muitos contatos.

Assim, a análise da comunicação organizacional sob o prisma das relações em rede, possibilita responder questões como: com quem cada indivíduo busca informação sobre determinado assunto; quais membros se conhecem ou quem tem acesso a quem; com que frequência trocam informações; se os colegas sabem com quem buscar cada tipo de informação; se utilizam tais fontes. 

Ao considerar a capacidade e os recursos informacionais de cada membro e sua competência em compartilhá-los, a análise das redes de relacionamento e informação oferece meios de aprimorar a comunicação, respeitando a autonomia e as diferenças individuais, bem como aspectos específicos do grupo e do contexto. Portanto, conhecer como a rede se desenvolve é identificar caminhos para otimizar o fluxo de informações e as relações do grupo, intensificando o compartilhamento e promovendo a formação de novos laços. É ter informações para trabalhar estrategicamente a comunicação no contexto da organização. 

Fonte: Ivone de Lourdes Oliveira 

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