quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O futuro na comunicação empresarial


Não se trata de uma brincadeira de adivinhação ou uma suposição fantástica sobre como será o futuro para as pretensões da ciência aplicada conhecida por comunicação empresarial. Trata-se de como a comunicação empresarial pode, por meio da vanguarda que encerra a pesquisa científica em sua essência, ajudar a desvendar as tendências sobre o futuro e reduzir suas incertezas. Apesar de parecer dispensável, este exercício pode manter vivos momentos de discussão que transcendem o cotidiano dos afazeres e resultem na tarefa de repensar constantemente a gestão das organizações.

Seja sobre o futuro da tecnologia aplicada às ferramentas de comunicação e suas utilidades, seja sobre o futuro da vida em sociedade e seus reflexos nas organizações, o conhecimento atual, somado às tendências levantadas cientificamente deverão nortear o planejamento da comunicação empresarial e da própria organização para livrar a todos do perigo e das armadilhas da ignorância, sob pena de vivermos num clima de infinita teoria conspiradora, onde o certo e o errado, o verdadeiro e o falso, o natural e o artificial se confundem nas percepções e induzem a organização e seus atores a erros.

Na medida em que, por meio do seu processo de gestão, a comunicação empresarial em conjunto com as demais especialidades da organização pode trazer à realidade evidências que objetivam intenções de ação numa perspectiva futura, de planejamento a partir da construção de cenários, podemos correr menos riscos de sermos conspiradores agindo contra nós mesmos, parecendo gestores lunáticos repousados na excentricidade, no bizarro, na insanidade, no extremo.

A construção de cenários futuros pode ter uma contribuição decisiva da comunicação
empresarial pela capacidade de abstração de seus profissionais. As áreas de planejamento e gestão deveriam deter um pouco mais o olhar para este aspecto e não deixar o processo de planejamento enveredar num viés reducionista que pode não considerar outras variáveis críticas, fatores controláveis e incontroláveis que transformam a visão sobre o futuro numa imagem opaca.

O futuro, na comunicação empresarial, deverá considerar uma gestão ainda mais próxima do orgânico, onde seu caráter transversal implique na implementação de conselhos gestores para temas que a estrutura convencional da organização não consiga dar conta da resolução de problemas no contexto atual e futuro. Lançar novos olhares sobre a comunicação empresarial e imprimir-lhe maior virtualidade estrutural e flexibilidade operacional requer também um novo pensamento acadêmico-científico sobre esse campo de estudo, formando agentes de mudança a partir de uma reintegração entre a organização e a universidade.

Muitos esforços vêm sendo feitos nesse sentido, mas os fatores de produtividade e lucratividade ligados à produção de bens e a oferta de serviços ainda são dominantes nas organizações e nas universidades. Talvez ainda estejamos enxergando apenas a parte visível de um iceberg, há muito por ser desvendado sobre as potencialidades da comunicação empresarial no que não está visível, pois permanece submerso num oceano tecnocrático.

Fonte: Paul Edman

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